opinião

Cooperativismo



A Unicred Centro-Oeste está comemorando os 20 anos de fundação, inicialmente como Unicred Santa Maria e, agora, - aglutinando as coirmãs de Cachoeira do Sul, São Gabriel, Santiago, Alegrete e Uruguaiana - formando o conglomerado Centro-Oeste. Trata-se de mais uma iniciativa exitosa do associativismo que vem crescendo vigorosamente, contribuindo para o desenvolvimento regional e, principalmente, para a satisfação das necessidades de crédito de uma população que optou pela solidariedade ao invés da competição.

O cooperativismo em Santa Maria vem há um século demonstrando sua pujança. Em 1913, surgiu a Coopfer, cooperativa de consumo que se aventurou no campo educacional com as escolas de educação básica turmeiras e as escolas profissionalizantes Hugo Taylor e Santa Terezinha. Também no terreno assistencial criou o Hospital Casa de Saúde. Tudo isso mostrando a força de realização de um grupo de pessoas determinadas a se ajudarem mutuamente.

A Sicredi no cooperativismo de crédito agrícola, agora ampliado para toda a sociedade; a Cooperlar no cooperativismo de consumo; a Cesma no cooperativismo estudantil; a Unimed no cooperativismo médico-assistencial; a Coopaver com os táxis; todas partindo de um pequeno grupo de pessoas solidárias que, unidas, puderam criar empresas fortes que ombreiam com qualquer empresa de iniciativa individual e competitiva.

O cooperativismo é uma solução econômica que realiza plenamente dois grandes ideais da sociedade humana: a liberdade de iniciativa e a propriedade privada. Esses dois propósitos, que são bandeiras do ideário programático do capitalismo, encontram no cooperativismo a solução social desejada.

Na economia capitalista a liberdade de inciativa só é realizada por uma parcela muito pequena da população. A maior parte da sociedade vive jungida às suas necessidades imediatas de sobrevivência, sonhando com dias melhores que lhes propicie realizar seus íntimos propósitos. O empreendedorismo fica restrito a poucas pessoas que conseguem, num esforço hercúleo, sobressair-se da maioria que se debate ingloriamente.

No cooperativismo, a livre iniciativa encontra maior facilidade de realização. Basta que um grupo solidário, motivado pelo mesmo ideal, seja formado para que, somando suas forças, sejam capazes de realizar o propósito motivador. O associativismo multiplica as forças que, como no exemplo do feixe de varas, individualmente são frágeis, mas que unidas se tornam inquebráveis. Os exemplos de sucesso são inúmeros, disseminados pelo globo terrestre e que encontram no complexo cooperativo de Mondragón, na Espanha, sua máxima bandeira. Com o recurso da internet, sugiro que os interessados façam uma leitura esclarecedora.

Quanto à propriedade privada é mais fácil de compreender a dificuldade de todos a realizarem. É apanágio de uma parcela da população que dispõem de recursos financeiros. Em termos de Brasil e mundiais para os milhões de marginalizados que vegetam à sombra daqueles melhor aquinhoados, a propriedade privada é uma utopia, mas que no cooperativismo de trabalho pode reunir catadores de lixo e torná-los cidadãos respeitáveis. Quem duvidar disso consulte a "Cooperativa de los Catadores de Bajuras", de Buenos Aires, para ver o que pode a união de pessoas na mais lamentável situação de miséria, transformar-se numa empresa de grandes recursos, encarregada do recolhimento e tratamento do lixo de uma grande metrópole.

O cooperativismo realiza, de forma coletiva e social, tanto a livre iniciativa como a propriedade privada.

O cooperativismo só tem uma grande fragilidade: as pessoas que o compõem devem ser destituídas de vaidade, ambição pessoal e egoísmo; devem ter honestidade e solidariedade.

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